terça-feira, 13 de setembro de 2011

Governo recolhe 22,2 mil armas em campanha por desarmamento

O Ministério da Justiça recolheu 22,2 mil armas nos quatro primeiros meses da campanha do desarmamento, lançada em maio deste ano. Os dados fazem parte de balanço divulgado pelo nesta segunda-feira (12) pelo governo federa sobre a primeira fase da campanha, iniciada em maio.
Segundo os dados do ministério, foram recolhidas nos primeiros quatros meses da mobilização 3.734 armas de grande porte. Entre elas, estão 2.562 espingardas, 302 rifle e 56 fuzis.
Os revólveres são quase metade de armas de pequeno porte entregues ao governo federal de maio a setembro. Dos 18.489 entregues, 10.828 são revólveres e 1.862 são pistolas, além de outras armas que fazem parte do grupo.
Os estados que lideram a lista de maior quantidade de entrega de armas são São Paulo, com 5.349, seguido de Rio Grande do Sul, com 2.641, Rio de Janeiro, com 2.602, Pernambuco, com 1.776 e Minas Gerais, com 1.572.
De acordo com dados da pasta, desde 2004, foram retiradas de circulação 570 mil armas. A campanha iniciada em 2008 foi responsável pela regularização de outras 500 mil.
Segundo o Ministério da Justiça, vinte estados já assinaram acordo de cooperação para receber as armas. São 1.539 postos, divididos da seguinte forma: Polícia Civil (712 postos), Polícia Militar (589), Polícia Federal (127), Polícia Rodoviária Federal (64), Guarda Municipal (35) e Corpo de Bombeiros (2).
Ministro
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse, durante discurso, que a campanha de desarmamento tem por objetivo "propalar" a cultura da paz no Brasil.
"A cultura da violência projeta um péssimo sinal para os que vivem hoje e que viverão amanhã, essa cultura que gera situações tristes. As culturas só mudam a partir do confronto de valores e idéias'', afirmou.
O ministro disse que a arma em si é um instrumento de ataque e violência. Segundo ele, a distância da arma é também um dos principais objetivos da campanha.
"Muitos acreditam que arma pode ser um instrumento de defesa, mas os especialistas mostram exatamente o oposto. Por mais experiente que seja o atirador, o fator surpresa, como um assalto, dificilmente faz com que eles usem o instrumento como defesa", afirmou o ministro.
Cardozo não informou qual a meta do governo de recolhimento de armas até o final do ano.
"O maior número possível, quanto mais melhor", disse
 
Segunda fase
Nesta segunda também tem início a segunda  fase da campanha, que já pagou R$ 2 milhões de indenização em armas. Cada arma dá direito a indenização de R$ 100, R$ 200 ou R$ 300.
Outra novidade desta segunda fase é um acordo que será assinado entre o ministério e a pasta da Defesa ainda nesta semana viabilizar a destruição de armas que estão sob a guarda de fóruns e tribunais em todo o país. Segundo dados da pasta, estima-se que o total chegue a 700 mil, incluindo armas brancas.
O ministério também encomendou novas peças publicitárias com depoimentos de pessoas que perderam familiares por conta do uso de armas.
A campanha do desarmamento, originalmente prevista para junho, foi antecipada para maio após a tragédia na escola de Realengo, no Rio de Janeiro, em abril. Doze crianças morreram após o atirador Wellington de Oliveira invadir a escola.
Com o slogan "Tire uma arma do futuro do Brasil", a campanha de 2011 garante o anonimato para quem entregar a arma, além da destruição da mesma no momento da entrega. A pessoa que entregar uma arma também será indenizada.
A campanha deste ano ampliou os postos de recolhimento. Locais como igrejas, lojas maçônicas, e organizações não-governamentais podem atuar no recolhimento de armas.
Na última campanha do desarmamento, encerrada em dezembro de 2009, apenas os postos policiais podiam receber as armas.

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