terça-feira, 29 de maio de 2012

'Meu sentimento é de indignação', afirma Lula em nota

G1


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na noite desta segunda, por meio de nota divulgada pelo Instituto Lula, que é "inverídica" a versão da revista "Veja" sobre o teor da conversa que manteve no último dia 26 de abril com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, em encontro no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, em Brasília.
G1 procurou a empresa responsável pela assessoria de imprensa da Editora Abril, que edita a revista. Mas foi informado que a empresa não responde pela área editorial da Abril. Na direção de redação da revista, uma secretária informou que não havia ninguém que pudesse falar sobre o assunto. Na edição deste final de semana, reportagem da revista afirmou que, durante o encontro, Lula teria sugerido a Mendes para ajudar a adiar o julgamento do mensalão em troca de “proteção” nas investigações da CPI do Cachoeira, que, segundo "Veja", ele disse controlar. Na conversa com o ministro, Lula teria mencionado "a viagem a Berlim", em referência a encontro de Mendes com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) na Alemanha, em viagem supostamente financiada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira. O ministro nega - ele disse que viajou com recursos próprios.
“Meu sentimento é de indignação”, afirmou Lula na nota, a respeito da reportagem. Segundo o ex-presidente, o encontro com Gilmar Mendes ocorreu, mas á versão do teor da conversa reproduzida pela revista é "inverídica", segundo o ex-presidente.
“O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”, afirmou Lula na nota.
De acordo com a assessoria do Instituto Lula, "a autonomia e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos. O comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o mesmo, agora que não ocupa nenhum cargo público".
Leia abaixo íntegra da nota à imprensa divulgada pelo instituto.
"NOTA À IMPRENSA
São Paulo, 28 de maio de 2012
Sobre a reportagem da revista Veja publicada nesse final de semana, que apresenta uma versão atribuída ao ministro do STF, Gilmar Mendes, sobre um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 26 de abril, no escritório e na presença do ex-ministro Nelson Jobim, informamos o seguinte:
1. No dia 26 de abril, o ex-presidente Lula visitou o ex-ministro Nelson Jobim em seu escritório, onde também se encontrava o ministro Gilmar Mendes. A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é inverídica. “Meu sentimento é de indignação”, disse o ex-presidente, sobre a reportagem.
2. Luiz Inácio Lula da Silva jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria Geral da República em relação a ação penal do chamado Mensalão, ou a qualquer outro assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos em que foi presidente da República.
3. “O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”, afirmou Lula.
4. A autonomia e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos. O comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o mesmo, agora que não ocupa nenhum cargo público.
Assessoria de Imprensa do Instituto Lula"

domingo, 20 de maio de 2012

Eduardo Campos impõe mais rigor na fiscalização de carros-pipa

Do NE10
O governador pernambucano Eduardo Campos assinou nesta quarta-feira (16) um decreto que divide a responsabilidade do monitoramento dos carros-pipa. O objetivo é garantir a distribuição de água para todos os municípios atingidos pela seca no Estado.

Com a resolução, cabe agora aos conselhos de desenvolvimento dos municípios, ao Instituto Agrônomo de Pernambuco (Ipa) e ao Exército Brasileiro a fiscalização e a definição das rotas que esses veículos de abastecimento vão fazer. Antes do decreto, a atribuição cabia apenas à Secretaria Estadual de Agricultura. Além da fiscalização, o governo também anunciou que os 800 carros-pipa contratados pelo Estado serão equipados com aparelhos de GPS.

“Desse jeito que vamos fazer agora não tem mentira, não tem exploração política. Nós não estamos fazendo isso como um favor, mas como um direito que o povo pernambucano tem de receber do poder público, pelo menos, a água que está faltando”, disse o governador.

Também a partir desta quarta-feira (16), as pessoas atingidas pela estiagem passam a contar também com um canal de esclarecimento sobre a situação atual do municípios pernambucanos afetados pela estiagem. A população terá esse tipo de informações ligando para o telefone 0800 281 2090, de segunda à sexta-feira, das 7h às 19h. Também é possivel acessar o site www.agricultura.pe.gov.br/operacaoseca.

De acordo com os números atualizados da Codecipe, 86 municípios estão em Situação de Emergência, sendo 56 no Sertão, 29 no Agreste e um na Zona da Mata. Desses, 54 foram reconhecidos pela Defesa Civil Nacional.

sexta-feira, 18 de maio de 2012


G1
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta quinta (17) sua página oficial no Facebook. O perfil na rede social será administrado pelo Instituto Lula, organização não-governamental do ex-presidente.
De acordo com a assessoria de Lula, ele pretende utilizar a ferramenta para divulgar atividades do ex-presidente no Brasil e no exterior, em especial ações de cooperação com países da África e da América Latina.
A página de abertura mostra imagem da posse da presidente Dilma Rousseff, no momento em que ela recebia de Lula a faixa presidencial. Mais de 67 mil "curtiram" a página até o início da tarde desta quinta.

Defesa de Cachoeira diz que acesso a documentos da CPI é insuficiente

Do G1



A advogada Dora Cavalcanti, que representa o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, afirmou nesta quinta-feira (17) ao G1 que o acesso permitido aos documentos em sigilo judicial sob responsabilidade da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito é "insuficiente" para a defesa do bicheiro. A consulta foi uma condição posta pelo Supremo Tribunal Federal para o depoimento.
Na terça (15), os parlamentares que integram a CPI aprovaram a consulta dos advogados do contraventor aos documentos sigilosos, a fim de que pudessem formular a defesa. O depoimento de Cachoeira à comissão foi então remarcado para a próxima terça-feira (22).
"O acesso está insuficiente. Fizemos um levantamento e são mais de 90 mil áudios que precisam ser avaliados. Sem poder termos cópia fica complicado. Não há tempo hábil para analisar tudo [até o depoimento]", disse a advogada. Para evitar vazamentos, a CPI não permite a retirada dos documentos de uma sala fechada no Congresso, apenas a consulta nos computadores.De acordo com Dora, os advogados já estão em contato com a CPI para tentar facilitar o acesso aos documentos. Nesta terça, um advogado de Cachoeira esteve na sala para analisar os documentos. A advogada, contudo, não quis responder se irá pedir um adiamento do depoimento de Cachoeira, marcado para a próxima terça.
"Não é uma questão de adiamento. Estamos travando um diálogo com a CPMI sobre o acesso. Estamos discutindo as condições para o acesso", disse.
O presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), ressaltou que, na análise da comissão, o tempo disponibilizado aos advogados de Cachoeira é "suficiente" para a elaboração da defesa.
"Desde o momento em que foi informado para a Mesa que estaria disponível [os documentos], os advogados de todas as partes, por igualdade de defesa, estão tendo acesso à sala [dos documentos]", afirmou o senador.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Governo libera R$ 2,7 bi para combate à seca no Nordeste


O governo vai liberar R$ 350 milhões para ajudar os afetados pelas enchentes na Região Norte. Os recursos deverão beneficiar agricultores, comerciantes, prestadores de serviços e setores da indústria prejudicados pelas cheias dos rios. As chuvas na região deixaram, até o momento, 51 municípios em situação de emergência e afetou mais de 330 mil pessoas. Também serão liberados R$ 2,7 bilhões para as vítimas da seca no Nordeste

O estado mais atingido é o Amazonas, onde 32 municípios tiveram a situação de emergência decretada. A situação de outros dez municípios ainda está em análise pela Secretaria Nacional de Defesa Civil. No Acre, são nove municípios em situação de emergência; no Pará, oito; e em Rondônia, dois.

No Nordeste, o problema é a seca. A falta de chuvas na região deixa 450 municípios em situação de emergência e afeta quase 4 milhões de pessoas. O governo deverá investir na região R$ 2,7 bilhões em ações para ampliar o fornecimento de água e o apoio ao agricultor. Também foi instituído o Comitê Integrado de Combate à Estiagem.

O estado que mais sofre com a falta de chuvas é a Bahia. São 207 municípios em situação de emergência. No Rio Grande do Norte, são 138 e no Piauí, 78. Em algumas partes da região não chove há três meses.
Fonte: Agência Brasil

Eduardo Campos traz para PE fábrica de caminhões direto da China


Pernambuco vai produzir caminhões da marca Shacman a partir de 2013. O investimento de R$ 1 bilhão foi fechado hoje (09), após visita do governador do Estado e presidente Nacional do PSB, Eduardo Campos, a uma das fábricas da estatal chinesa Shaanxi Automobile Group (SAG). O nome Shacman resulta da parceria tecnológica firmada entre a SAG e a MAN, do grupo Volkswagen. 
Para o governador, a conquista da fábrica consolida o polo automotivo de Pernambuco e ajuda a manter o crescimento da economia do estado. "O grande trabalho é para que, em vez de só comprar produtos da China e gerar empregos aqui, a gente possa levar empresas chinesas para gerar empregos em Pernambuco”, disse Eduardo, em entrevista por telefone direto de Xi'an, capital da província de Shaanxi. 
A fábrica será a primeira do complexo industrial automotivo para fabricação de caminhões e ônibus, que será instalado em Caruaru, às margens da BR-104. Ela irá produzir cinco modelos de caminhões que juntos somam 20 configurações. De olho na crescente demanda pelos veículos do tipo BRT (Bus Rapid Transit), a planta também construirá chassis e carrocerias para ônibus.
"O mais importante é que eles pretendem alcançar mais de 65% de nacionalização e, para isto, devem fabricar também os motores, a transmissão e os eixos para caminhão e ônibus em Pernambuco", adiantou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio. A Shacman já possui uma central de distribuição no Porto do Recife.
A expectativa é de que sejam gerados mais de mil empregos diretos na operação da fábrica. Os caminhões pesados e extra-pesados produzidos no Agreste pernambucano serão distribuídos para toda a América do Sul. As obras de construção da planta industrial começam ainda este ano e vão durar cerca de dez meses. Depois disso, a previsão da companhia é que sejam fabricados inicialmente 10 mil veículos por ano. Número que deve dobrar até 2017.
Hoje, Eduardo visitou a fábrica da Fast Gear, outra empresa que pertence à SAG. A unidade é a maior produtora de transmissões para caminhões e ônibus do mundo e responde por 92% do mercado chinês. Sua capacidade de produção é de 1,2 milhão de conjuntos por ano. Amanhã a comitiva irá conhecer a fábrica de ônibus da holding chinesa.
As negociações da Shacman com o Governo de Pernambuco foram iniciadas em outubro do ano passado através da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper). Além do estado, a montadora avaliou opções em São Paulo e no Ceará.
Em dezembro, uma comitiva formada por empresários brasileiros e chineses reuniu-se com o governador Eduardo Campos para tratar da consolidação do negócio. O passo seguinte foi a ida do grupo a Caruaru para a escolha do terreno. A área tem 220 hectares e já foi desapropriada. Em fevereiro, representantes do Governo do Estado foram à Shaanxi conhecer as fábricas do grupo e dar continuidade à negociação.
O Governo do Estado concederá incentivo fiscal de 95% sobre o saldo devedor do ICMS, segundo as regras do Programa de Desenvolvimento do Setor Automotivo do Estado de Pernambuco (Prodeauto). A empresa também receberá incentivos municipais (isenção de IPTU por dez anos).

SOBRE OS INVESTIDORES

A Shaanxi Automobile Group Co. possui 11 subsidiárias e está listada entre as 200 maiores empresas chinesas, ocupando o 40° lugar entre as companhias mecânicas do país. Possui mais de 13.000 empregados, sendo 2.000 engenheiros. Atualmente produz cerca de 200.000 caminhões e ônibus por ano e distribui seus produtos nos cinco continentes. 

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Futuro político de Demóstenes começa a ser definido na próxima terça-feira



AGÊNCIA BRASIL
BRASÍLIA – O futuro político do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) começa a ser traçado na próxima terça-feira (8). Neste dia, o Conselho de Ética do Senado – formado por 16 senadores – vota o relatório sobre a abertura do processo de cassação do parlamentar de Goiás. A votação é nominal e aberta, diferentemente do que ocorre no plenário do Senado – onde a sessão e a votação são fechadas e permitida apenas a entrada de parlamentares e alguns assessores.
O relatório preliminar do senador Humberto Costa (PT-PE) propõe a abertura de processo de cassação contra Demóstenes. Para o relator, há indícios que levam Demóstenes a ter de responder por processo disciplinar, com sinais de quebra de decoro parlamentar e de práticas contrárias à ética.
No relatório, Costa relaciona uma série de ações atribuídas ao senador de Goiás em favor do empresário de jogos ilegais Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. No plenário do Senado, Demóstenes negou manter relações políticas e de negócios com Carlinhos Cachoeira. Segundo ele, ambos eram apenas amigos.
O processo de cassação foi instaurado a partir de uma ação movida pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Nela, o PSOL acusa Demóstenes de quebrar o decoro parlamentar por se envolver com Carlinhos Cachoeira – investigado pela Polícia Federal nas operações Vegas e Monte Carlo, nas quais foram flagrados diálogos de Cachoeira, seus interlocutores e vários políticos, inclusive Demóstenes.
A Operação Vegas, comandada pelo delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques Sousa, identificou um esquema de exploração de caça-níqueis e contratos públicos comandado por Cachoeira, envolvendo governadores e parlamentares de vários partidos políticos.
Amanhã (7) deve ser aberto o acesso dos 32 integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira ao inquérito enviado pelo Supremo Tribunal Federal, com restrições de segredo judicial. Os documentos serão preservados em uma sala, mantida sob segurança durante o dia e a noite. Os parlamentares não poderão usar celular nem computador no local, na tentativa de evitar o vazamento de informações.


Lula recebe títulos de doutor honoris causa de cinco universidades no Rio de Janeiro


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso em tom emotivo nesta sexta-feira (04) durante a cerimônia em que recebeu títulos de doutor honoris causa de cinco universidades do Estado do Rio. Ele começou pedindo desculpas por falar sentado e sem improviso, ao contrário do que costuma fazer, justificando que ainda está em processo de recuperação após o tratamento do câncer na laringe.

Bem-humorado e demonstrando disposição, o ex-presidente destacou a importância da educação para o País e citou feitos de seu governo. "A educação é o alicerce sobre o qual se constrói a igualdade social. Sempre insisti que o dinheiro público aplicado em educação é investimento e não gasto, pois ajuda a construir um futuro mais digno para as pessoas e para o País", afirmou. Lula lembrou que ele e o ex-vice-presidente José Alencar foram as primeiras pessoas a chegar à Presidência da República sem ter um diploma de cursos superior. "Parecíamos que tínhamos (um título universitário), mas não tínhamos", brincou, arrancando risos do público.

Entre as realizações do seu governo, o ex-presidente citou a criação do Universidade Para Todos, programa de concessão de bolsas para estudantes de baixa renda em instituições privadas, a criação de novas universidades federais e a redução da pobreza no País. Sentado ao lado da presidente Dilma Rousseff, Lula lembrou a participação dela em seu governo como ministra chefe da Casa Civil, Pasta na qual gerenciou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Antes, quando Lula foi chamado à mesa e foi ovacionado pelo público, a presidente Dilma não conteve as lágrimas. O ex-presidente recebeu títulos de doutor honoris causa das universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ), Fluminense (UFF), do Estado do Rio (UniRio), Rural do Rio (UFRRJ) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em solenidade no Teatro João Caetano, no Rio.



Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Dilma oficializa nomeação de Brizola Neto como novo ministro do Trabalho


A Presidência da República oficializou nesta quarta-feira (2) a nomeação do deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) como o novo ministro do Trabalho. O decreto foi publicado no "Diário Oficial da União".
O anúncio foi feito na véspera do Dia do Trabalho, 1º de maio. A posse deve ocorrer nesta quinta-feira (3).
Nesta terça (1º), o novo ministro disse que sua primeira tarefa será buscar o consenso no PDT, rachado na indicação. “[Minha primeira tarefa] Será buscar reafirmar a unidade do partido e o apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff”, afirmou, durante evento em comemoração ao Dia do Trabalho em São Paulo. Ele minimizou ainda as insatisfações do partido. “Em qualquer partido é normal que haja escolhas e preferências pessoais”, avaliou.
O nome, que era o preferido da presidente Dilma Rousseff para o cargo, foi definido após reunião de Dilma com o presidente do PDT, Carlos Lupi (PDT-RJ), que comandou a pasta por mais de quatro anos e deixou o cargo em dezembro do ano passado, após uma série de denúncias de corrupção na pasta. Desde então, o secretário-executivo da pasta Paulo Roberto Pinto estava interinamente no comando do ministério.
Em nota, a presidente Dilma "manifestou confiança" de que Brizola Neto "prestará grande contribuição ao país".
"A presidenta agradeceu a importante colaboração do ex-ministro Carlos Lupi, que esteve à frente do Ministério no primeiro ano de seu governo, e do ministro interino Paulo Roberto dos Santos Pinto na consolidação das conquistas obtidas pelos trabalhadores brasileiros nos últimos anos", diz a nota. Brizola Neto será o ministro mais jovem da equipe da presidente Dilma. Ele tem apenas 33 anos e é neto do fundador do PDT e ex-governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, que morreu em 2004.
Saída de Lupi
Em dezembro do ano passado, Lupi encerrou no Trabalho uma trajetória que teve início em março de 2007, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por indicação do PDT, permaneceu no cargo no começo do governo Dilma Rousseff, em 2011. Ao deixar o cargo, Lupi disse que sofreu "perseguição política e pessoal da mídia".


As denúncias contra o ministro Lupi começaram no começo de novembro do ano passado, quando surgiu a informação de que haveria um esquema de cobrança de propina de ONGs contratadas para capacitar trabalhadores.

Em 12 de novembro, reportagem da revista "Veja" informou que ele havia utilizado um avião alugado por um empresário dono de ONG, que, por sua vez, tem contratos com o Ministério do Trabalho. Até hoje, ainda não foi esclarecido quem pagou pelo avião.
Além disso, surgiu denúncia de que Lupi teria trabalhado, durante cinco anos, na Câmara Municipal do Rio e, ao mesmo tempo, como funcionário-fantasma na Câmara. A Procuradoria-Geral da República diz que acúmulo de cargos públicos, em tese, é crime. Como ministro do Trabalho, Lupi tinha por costume dar declarações polêmicas. Após as denúncias, disse que só sairia do cargo "abatido à bala", o que não foi bem recebido no Palácio do Planalto. No dia seguinte, se desculpou com a presidente Dilma Rousseff. "Presidente, desculpe se eu fui agressivo, não foi minha intenção, eu te amo", declarou na ocasião.
G1

Com mais um governador na mira, CPI terá hoje primeiro embate político


Governistas e oposição vão travar hoje sua primeira grande batalha na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira com um novo personagem no epicentro da luta política, até a semana passada restrita a petistas e tucanos, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Ele é mais um chefe de Executivo estadual a ter o nome envolvido no esquema de contravenção e o terceiro a entrar na mira da comissão parlamentar.
Na sessão marcada para as 10h30 os integrantes da comissão irão receber os 40 volumes do inquérito que investigou o esquema do contraventor e suas ligações com agentes públicos e privados. PMDB e PT pretendem fazer de tudo para blindar Cabral e Agnelo Queiroz (Distrito Federal) e evitar que sejam convocados a depor na CPI a respeito de supostas ligações com o contraventor Carlinhos Cachoeira e o empresário Fernando Cavendish, que se afastou na semana passada da direção da Delta Construções S.A.
Ao mesmo tempo, o PT defende a convocação do governador de Goiás, o tucano Marconi Perilo, sob o argumento de que os grampos feitos pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo escancararam as ligações dele com Carlinhos Cachoeira. 'Não quero fazer prejulgamentos, mas todas as conversas gravadas pela PF e que envolvem o governador Marconi Perillo apontam para uma séria relação dele com o bando do Cachoeira', disse ao Estado o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP). 'É muito diferente do que ocorreu com o governador Agnelo, que é vítima da organização criminosa.'
O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), rebateu Tatto. 'Nós, do PSDB, já pedimos a convocação do governador Marconi, que concorda em comparecer à CPI para dar explicações. Agora, se o PT e o PMDB querem usar de dois pesos e duas medidas para proteger os seus governadores, nós não vamos aceitar', afirmou. 'Se tem três governadores que são suspeitos de ligação com o Cachoeira e com a Delta, que esclareçam tudo à CPI. É isso que defendemos. Não tem de proteger ninguém', disse ainda o senador.
A convocação de Sérgio Cabral será proposta por requerimento do deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), que é delegado da Polícia Federal. A sugestão para que ele apresentasse o requerimento de convocação é do deputado tucano Otávio Leite (RJ), que antes pediu a intermediação do presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE).
Francischini acusa o governador Agnelo Queiroz de ter montado uma rede de grampos ilegais. Por isso, requereu ao Ministério Público a prisão de Agnelo.
Ao defenderem Cabral dos ataques da oposição, os dirigentes do PMDB afirmam que o governador está sendo vítima de uma briga particular com o ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ). Na semana passada, Garotinho postou em seu blog fotos de Cabral, Cavendish e secretários na Avenida Champs-Elysées, em Paris, durante viagem oficial, e no Restaurante Luis XV, no Hotel de France, em Mônaco, em 2009.
Reação. Aliado do PMDB, com o qual não quer nenhuma confusão, o líder Jilmar Tatto discorda da convocação. 'É preciso examinar todos os elementos. Acho que é precipitado convocar o Sérgio Cabral agora', disse Tatto.
O Palácio do Planalto quer manter a CPI sob controle, fazendo com que investigue somente o esquema de Cachoeira e as ligações dele com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), além da construtora Delta.
O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) disse que o governo não quer ter nada sob controle: 'Existe uma dinâmica no noticiário. É o chamado comportamento de manada. Atribui-se (isso) ao Planalto e ninguém diz com quem falou. Lamentavelmente, são análises em vez da informação', afirmou.
Já o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), voltou a prever que a CPI do Cachoeira será 'muito complexa, explosiva, e que vai exigir muita atenção das pessoas ligadas ao mundo da política'.
Segundo ele, sua expectativa é de que haja uma 'bela investigação', capaz de esclarecer as relações de Carlinhos Cachoeira com o mundo político, com o mundo privado e o setor público. Maia previu ainda que a CPI não vai atrapalhar a pauta da Câmara. Para ele, trata-se de algo independente do trabalho da CPI. / COLABORARAM BEATRIZ BULLA E ISADORA PERON