domingo, 6 de outubro de 2013

MORRE AMÍLCAR DA MOTA VALENÇA


Garanhuns perdeu ontem, por volta das 23h, um dos maiores prefeitos da história do município. Amílcar da Mota Valença, 98 anos, morreu no Hospital Nossa Senhora Perpétuo Socorro, onde foi levado após ter se sentido mal em sua residência, no bairro de Heliópolis.

Amílcar foi prefeito de Garanhuns em duas oportunidades: de 1963 a 1968 e de 1973 a 1976. Antes disso exerceu três mandatos de vereador, um deles como Constituinte, em 1947.

A eleição de Amílcar, em 1962, foi uma verdadeira revolução no município. À época ele era apenas um jovem agropecuarista e vereador, que tinha como principal base eleitoral o distrito de São Pedro. Enfrentou uma candidatura forte, apoiada pelos governos municipal, estadual e federal.

Venceu com folga, liquidando os adversários que o chamavam pejorativamente de "matuto" e "leiteiro". Além de um frente enorme na disputa majoritária, conseguiu eleger 8 vereadores, dentre eles José Inácio Rodrigues e Ivo Tinô do Amaral, que depois também se tornariam prefeitos.

Chamado de matuto, Amílcar Valença na verdade era um homem com muita visão do futuro. Criou a Autarquia Municipal de Ensino Superior, AESGA, e a Faculdade de Administração de Garanhuns, FAGA, hoje um complexo universitário que atende jovens de todo o interior pernambucano. Foi também o prefeito que construiu o Mercado 18 de Agosto e iniciou a construção da CEAGA, concluída pelo seu sucessor.

Quando prefeito pela primeira vez, em 1965, Amílcar praticamente comprou uma briga com a Câmara para fazer a doação de um terreno do município para a União. No local deveria ser construído um batalhão do exército. Os vereadores eram contra, mas terminaram atendendo ao Chefe do Executivo, a proposta foi aprovada e nasceu o 71 BI. O quartel ficou pronto em 1968.

Pouca gente sabe, mas o quartel do 71 BI é hoje a maior "indústria" de Garanhuns e deixa todo mês alguns milhões na economia do município.

O reconhecimento do Exército Brasileiro ao singular homem público viria depois: o prefeito receberia as duas maiores comendas da instituição. Amílcar da Mota Valença é um das poucas personalidades na cidade que recebeu as medalhas do Pacificador e da Ordem do Mérito Militar.

Além de ter sido vereador e prefeito duas vezes, o "leiteiro" ainda fez o seu sucessor: Em 1976 ele elegeu seu vice, Ivo Amaral, que também governaria Garanhuns em duas oportunidades.

FAMÍLIA - Amílcar teve como pais Abílio Valença, de Pesqueira, e Emília Mota, esta de uma tradicional família do município de São bento do Una. O ex-prefeito teve 9 ou 10 irmãos, o mais conhecido deles o padre Adelmar da Mota Valença, que foi diretor do Colégio Diocesano mais de 40 anos. Outro dos seus irmãos, Agobar, também foi sacerdote e morreu jovem.

Da numerosa família ainda estão vivos Anita (101 anos), Asnar (97) e Arminda (87).

O ex-prefeito, que nasceu na Praça João Pessoa, em Garanhuns,  foi casado Deolinda Silvestre Valença, Dona Dora, que hoje dá nome a principal Avenida de Acesso ao Conjunto Francisco Figueira (Cohab II). O casal teve quatro filhos: Pedro Jorge, Celso, Maria Emília (esposa de Givaldo Calado) e Adiza.

Amílcar Valença teve o corpo velado inicialmente em casa, mas já está no plenário da Câmara de Vereadores, de onde sairá para o cemitério de São Miguel. O sepultamento está marcado para às 17h.



Hoje Garanhuns dá adeus a um dos seus grandes homens públicos. Vai com Deus Amílcar Valença, que ficará para sempre na memória dos garanhuenses!

(Matéria do Blog do Roberto Almeida)

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